segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

O DEMONIO E ELA

E ela se deitou na cama com uma incrível dor, não física, mas uma dor na mente. Seu corpo se curvara até a posição fetal e ela repetia sempre:

- Parece que tem alguém em mim.

E realmente tinha alguém, um alguém que comia suas esperanças e degustava seus pensamentos. Mas agora este alguém já não estava aqui e sim com a alma dela em algum lugar perdido em sua mente.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

JOCÉLIO E A PUTA

E sorrindo ela ganhou mais cinco reais por uma chupada bem dada e claro que para o restante o valor seria acrescentado de mais dez reais. Jocélio não queria gastar quinze reais com aquela mulher de bunda grande e caída e seios tortos. A chupada até foi boa, pois poucos dentes estavam na boca da vadia. Jocélio, então, pegou-a por trás e fez o que quis para depois matá-la sem a mínima preocupação. Saindo do beco ele sorria por ter economizado dez reais.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

A COBRANÇA

No relógio de pulso os ponteiros brincam com os minutos em todas as direções. O lugar está ermo, somente a fumaça a cobrir metade das pernas de Joaquim. Seus olhos percorrem todo o ambiente, ele está louco de vontade de encontrar com o Diabo para, enfim, cobrar tudo o que fez na Terra em pro do inferno. Um homem aparece ao seu lado, Joaquim olha espantado:

- Jerônimo?

- Sim. o que você faz aqui?

- Eu vim cobrar minha parte do inferno.

- Ah sim! Tudo bem então.

Jerônimo volta a andar e Joaquim permanece no mesmo lugar. E assim ficará esperando pelo Diabo que acabara de encontrar.

sábado, 8 de dezembro de 2007

A CRIANÇA

E ele se sentia perdido, era um monte de adultos e uma só criança assistindo. Nada poderia fazer e sua voz era baixa demais para interferir naquelas ondas gigantes. Ele tentava, ainda, balançar a borda da camisa de um e do vestido das outras, mas ninguém lhe dava a mínima atenção. Com plena consciência do que fazia, a pequena criança de esgueirou por entre as pernas adultas e foi até a cozinha. Ali poderia ser o seu descanso, então pegou um remédio de caixa com uma faixa preta e tomou de um em um até poder descansar silencioso.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

ENTENDER

gostaria de entender
o que não é pra se entender
gostaria de ser
o que estou longe de viver
gostaria de viver
sem precisar te querer
precisaria morrer
para jamais voltar a te ver