segunda-feira, 8 de novembro de 2010

CENSURA CULTURAL

É impressionante o quanto estamos vivendo em um tempo onde tudo vira uma guerra e as pessoas gostam de cultivar estas guerras verbais e ideológicas. A última foi o MEC querer vetar o uso do livro "Caçadas de Pedrinho" do grande escritor Monteiro Lobato por conter "citações racistas". Está ai mais uma guerra segregadora. Há pouco tivemos a guerra entre regiões (Sul/Sudeste x Norte/Nordeste) e agora voltamos a acreditar na guerra entre raças (Negro x Branco). Eu gostaria de saber quando vamos parar com esta guerra, mas não unilateralmente e sim por completo, plenamente. Bom, em primeiro lugar deveríamos tentar ser mais tolerantes uns com os outros, sim, todos fazemos parte desta vergonha. A melhor maneira de resolver isto é a união das raças, os brancos não atacando e nem os negros com sentimentos de inferioridade, até por que sabemos muito bem que as duas raças têm suas culturas e ambas são fenomenais.
Mas voltando ao assunto da proibição do livro de Monteiro Lobato nas escolas, sinto um que de censura, um tom assustador de uma ditadura intelectual. Não é possível que alguém em plena consciência possa achar que um livro escrito na década de 30 poderia ser adequado ao nosso tempo. Tivemos várias gerações que foram educadas lendo este livro e não se deve ao mesmo qualquer tipo de discriminação que possa existir e muito menos a utilização do mesmo nas escolas, até por que a não discriminação entre as raças deve vir da educação em CASA que é a base de tudo. Posso citar um exemplo com muita propriedade sobre, pois aconteceu comigo. Quando morava no Meier, a vizinha que morava segundo andar chamada Eva é uma senhora negra e muito amiga de minha falecida vó. Eu, dentro de minha criação equilibrada e consciente, sempre chamava, e ainda chamo, minha vizinha de Tia Eva e sempre considerei como tia mesmo e, em minha ingenuidade infantil, perguntei à minha vó, certa vez, porque a pele da Tia Eva era "preta". Sim, curiosidade e ingenuidade de criança, que gosta sem diferenciar raça, classe social ou qualquer item que possa diferenciar as pessoas.
Outro detalhe que devemos nos firmar sobre o livro é que a Tia Anastácia sempre foi tratada com carinho e sempre foi, também, muito amável, portanto acredito que devamos levar em conta o sentido que toda a obra nos traz em vez de certos trechos que separados podem levar ao erro de interpretação. Inclusive gostaria de ver as provas de Português e Literatura de quem inventou esta censura absurda para saber qual a nota referente à interpretação de texto! :)

Portanto, mais uma vez peço: Mais tolerância de todos e lembremos-nos SOMOS TODOS BRASILEIROS!!!!!!!!

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